Vejamos o sentimento que nos permeia neste momento. Digo nós, pois este é um sentimento comum a nós dois, provavelmente ao todos os seres cientes.
Imagine a nossa vida, nossa vivência diária, tudo que se passa num dia de existência. Quantas pessoas, quantas interações, quantas respostas diárias, quantas decisões tomamos voluntariamente. Desde de a qual horário vamos acordar, qual roupa vestir, lavar ou não o cabelo, qual caminho tomar, etc. São pequenas decisões, que obviamente são renúncias a outras. Se vamos levantar cedo ou tarde depende obviamente da necessidade, vontade, oportunidade, ou seja, valores que você dá as coisas.
Assim, uma aluna que estuda no turno matutino na PUC, se para ela a aula tiver um valor elevado, ou a pontualidade, esta não vai levantar tarde, ele vai levantar cedo, mesmo contra outros sentimentos bons (o repouso, o aconchego do lar, a indolência natural) para chegar a faculdade a tempo de acompanhar a aula a ser ministrada. Ela decide assim pois o valor dado a aula, ao aprendizado, é maior que aos outros disponíveis ou comparados naquele momento.
Este é um exemplo, durante todo momento realizamos estas escolhas, para todos os aspetos da vida. Acredito que você só não escolheu nascer. São infinitas escolhas e até mesmo o não escolher é uma escolha.
Mas agora eu lhe pergunto, e o que tantas escolhas trazem de sentimentos?
A resposta não é de simples entendimento.
Pensemos nas escolhas amorosas. Você provavelmente já escolheu em uma determinada situação continuar ou não um relacionamento. Deixando de lado os aspetos, motivos e condições que o levaram a este questionamento, pensemos somente naquele instante da decisão, continuar ou não um relacionamento.
Digo, com um certo tom pessimista, qualquer que seja a decisão, ela muito provavelmente vai lhe trazer junto a ANGÚSTIA. Na verdade a angústia antecede a decisão. Só de pensar em continuar ou não, vai ser torturante, causará desconforto, moléstia da própria existência humana, escolher é torturante. Muito provavelmente por não haver um roteiro escrito. Imagine que tenha escolhido o rompimento, e depois a realidade se torna muito pior, você não encontra ninguém tão bom quanto, ou não gosta da pessoa do novo relacionamento, ou vários outros motivos leva a causar a angústia. Não saber o que teria sido melhor, será que não seria melhor ter continuado aquele relacionamento? Esta é a ANGÚSTIA.
Angústia é sentimento derivado das escolhas. Não saber o que escolher ou não ter certeza de ter feito uma boa escolha (de acordo com os valores estabelecidos pelo indivíduo que escolheu) é angustiante!
Lembra do ovo de páscoa? Imagine que antes de começar a comer aquele ovo de páscoa, o primeiro, o mais prazeroso, tenham lhe perguntado, você quer comer ovo de páscoa todos os dias? Suponhamos que a resposta seja sim. Obviamente depois de uns dois meses comendo ovo de páscoa surgirá um sentimento de desconforto quando falarem em ovo de páscoa, será torturante a hora de come-lo, e o prazer a muito tempo já se foi. Campo fértil para a angústia. Angústia de não saber se teria sido diferente se tivesse escolhido não comer ovo de páscoa, se teria sido melhor, como seria a vida sem aquele ovo de páscoa.
Estamos a um passo do arrependimento. Sentimento que surge para tentar abrandar a angústia, e muitas vezes consegue. As ações decorrentes daí é assunto para outra conversa.
Importante hoje é perceber qual é o sentimento que surge quando fazemos uma escolha. Se a escolha foi certa ou errada eu não posso responder, mas há boas pistas para cada um buscar essa resposta. Tem pensado muito nas outras alternativas? Tem sentido esta angústia? Um desconforto permanente? Está mais feliz ou num estado de felicidade melhor? As outras alternativas parecem um pouco melhores?
Cada um tem sua resposta.
Estou gostando de escrever sobre estes aspectos humanos. Certamente vou escrever mais. Lembrando, o texto é meu, as idéias universais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário