Bem, tenho que me inserir neste contexto de não compreensão plena da vivência humana.
Meus 30 anos ainda não foram suficientes para encontrar todas as respostas. Mas certamente já me colocaram no rumo de muitas delas, e isso me traz uma sensação de completude e percepção de situações que, de outro modo não entenderia.
Veja, primeiramente, a própria existência. Nós, seres humanos não vivemos só a nossa própria natureza, somos seres essencialmente transcendentes. Somos além da nossa simples existência. Existir não basta. Um pássaro, uma pedra, uma árvore, para eles, existir basta. Já nascem com tudo que precisam saber para a vida toda. O pássaro já nasce sabendo como viver, fazer um ninho, voar, bicar, tomar banho... então, da mesma forma, a árvore na sua existência de árvore e a pedra com sua natureza de pedra.
Mas nós, seres humanos não, nós não temos uma receita de existência pronta. O dia que nascemos é só o princípio de uma vida transcende a nossa natureza. Isso decorre, creio eu, primeiro da nossa consciência de nós mesmos. Somos introspectivos, refletivos, pensantes, contemplativos e outros tantos de características que nos denominam inteligentes.
Comer, beber, dormir, morar, reproduzir e existir não é suficiente. Imagine a sociedade mais primitiva próxima a nós, os índios. Antes da aculturação, no estado primitivo de existência, eles não tinham muitas preocupações, caçavam, pescavam, coletavam, sem muitas das preocupações modernas. Para eles, uma situação quase animalesca, não num sentido pejorativo, mas mais próximo a uma colmeia que a nossa sociedade atual.
Porém, até mesmo neste caso, dos índios, havia necessidade de superar aquela situação, haviam os caciques, os pagés, melhores guerreiros, etc. Era necessidade básica querer ser melhor que o seu semelhante, eles se compararam e tinham noção do que era bom ou ruim, começando a atribuir valores a determinadas características numa consciência comum, lógico que respeitando certas variabilidades individuais que vamos construindo junto com a consciência.
Mas não é isso que interessa, acredito que já entendeu a nossa inquietude inerente a nossa natureza humana. Então, complementando aquele pensamento de ontem, por qual motivo não nos contentamos só com ovo de páscoa? Por ser essa nossa natureza. Temos naturalmente uma inquietude derivada da nossa perceção e comparação inteligente.
Assim, tratando de relações interpessoais, necessariamente vão ser buscadas melhoras. Um relacionamento duradouro (e sadio, pois existem aqueles fincados no comodismo, interesses econômicos, por coação, etc.) invariavelmente terá mudanças.
Mais uma vez digo, o texto é meu, as idéias nem tanto, são conceitos antigos.
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