domingo, 8 de setembro de 2013

Coisas e pessoas

Com frequência eu prefiro coisas a pessoas. Apesar de parecer desumano e sem sentido esta afirmação, tenho certeza que após ler meus argumentos, poderá ao menos entender os meus motivos de algumas vezes preferir coisas a pessoas.

Como toda história triste (sim, é triste trocar pessoas por coisas) acho que esta situação começou em minha infância. Filho único, lidava a maior parte do tempo com adultos. Frios e distantes, estes adultos aos olhos de uma criança inocente, assemelhavam a robôs, objetos mesmos, e o que me faziam companhia eram coisas. Eram meus poucos brinquedos, que eu cuidava com muito zelo, meu travesseiro e coberta com quem conversava ou o lençol com um cachorrinho chamado Banzé que eu brincava antes de dormir.

Estas coisas eram substitutos das pessoas, e desde aquela época até hoje eu aprendi a cuidar muito bem das coisas. Além do sentimento de apego, nunca tinha dinheiro sobrando para comprar outras.... o carrinho que eu mais gostei deveria ter custado uns 5 reais....

Então, me desenvolvi neste universo, cercado por algumas coisas, mas carente de pessoas.

Ao chegar na adolescência e início da fase adulta a aceitação pelas pessoas passa a pesar massivamente, se na infância estar em casa assistindo desenho já era suficiente, agora a necessidade de interação pesava conscientemente. Assim, além de ter algumas coisas, era necessário conquistar pessoas. Amigos, grupos, amores, influências, era necessário adquirir pessoas e estas, as mais importantes, não tinham preço.

Chegamos no hoje, plena fase adulta, acredito que nos meus melhores anos, carreira, inteligência, disposição, amigos, família, oportunidades... não o mais perfeito, mas bem acima da média.

Só que para alguns objetivos não servem de nada. Explico e exemplifico.

Nestes últimos tempos eu estabeleci várias metas. Destas destaco duas, uma coisa e uma pessoa. A coisa era um objeto que atenderia minhas necessidades, não era o melhor, o mais novo ou o mais caro, mas aos meus olhos era perfeito. Assim, bastava trabalhar objetivamente, conquistar certa quantia em dinheiro e adquirir aquele objeto. Simples e felizmente eu consegui. Pode ter custado caro, mas tinha um preço, bastava pagar e ele seria meu. Ela não ligaria seu eu não fosse do jeito assim ou daquele outro, de qualquer modo eu o conquistava.

Com pessoas não funcionam assim. Para conquistar pessoas (pessoas que valem a pena) não basta ter, ser ou fazer, se elas não quiserem, nada feito. Você pode se esforçar, ser o melhor homem que pode, trabalhar incansavelmente, ter várias coisas, ganhar todo dinheiro possível e mesmo assim as pessoas vão te dizer não. Não vai ter, conquistar, manter, ficar, simplesmente pq aquela pessoa não quer, e não quer por qualquer motivo, ou até sem motivo nenhum.

Coisas têm preço, pessoas não.

Assim, com tantas desilusões, a gnt vai preferindo ter coisas, não pessoas. Machuca menos.

Desculpem o péssimo texto, eu não consegui escrever da forma que está na minha cabeça.

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